Ninguém
gosta de sentir dores. Elas incomodam, trazem imenso desconforto e
chegam até a restringir o nosso ir e vir. Muitas vezes somos obrigados a
parar e esperar que passem os seus efeitos. Nossa primeira iniciativa é
logo tomar alguma medicação para eliminá-las. Isso vale não só para a
dor física, mas também para a dor emocional. É doloroso sentir dor.
Mas
não podemos esquecer o seu lado pedagógico até porque a dor é fruto de
alguma causa, ou seja, não existe por si mesma, mas em razão de algum
problema que precisa ser identificado. Nesse sentido, trata-se de um
sistema de defesa, um sistema de alarme, que, acionado, nos põe em
alerta para descobrir o que lhe deu causa. Imagine se não sentíssemos
dor. Já estaríamos mortos! No mínimo, estaríamos vivendo no mundo dos
mutilados!
Essa é a pedagogia da dor. Ela nos ensina que algo
não vai bem conosco e precisamos, com urgência, buscar corrigir o
problema. Ora trata-se de um processo inflamatório ou infeccioso, ora
trata-se de alguma disfunção em algum dos sistemas que fazem funcionar o
nosso corpo, ora trata-se de alguma ação externa que nos fere, enfim, a
dor não é um mal. É um bem. Prudentes são aqueles que não negligenciam
os seus sinais.
Pode ser que a nossa dor seja emocional. É a
alma que dói. Ficamos dias e dias curtindo esse sofrimento e não
buscamos descobrir as razões para erradicá-las de vez a ponto de
somatizarmos todos os seus efeitos e nos tornarmos enfermos no corpo. É a
compulsão pela ira, a frustração por alguma coisa mal-sucedida, o
elevado nível de estresse que leva à prostração, a tristeza por achar
que chegamos ao fundo do poço, a sensação de que nada mais há para ser
feito, enfim, são dores que sinalizam como estamos em nossa psique.
A
saída? Com a ajuda do Espírito Santo, que penetra as profundezas do
nosso coração, arrancar todas as raízes originárias dessas dores e
deixar que apenas o fruto do Espírito seja a força reguladora das nossas
emoções. Mas não nos esqueçamos: a dor é pedagógica. Estejamos atentos
quando der às caras. Ela estará dizendo que há algo mais profundo que
precisa ser encarado e tratado para que haja restauração e não se
transforme em doença crônica.
fonte: http://www.pastoralessandro.blog.br/
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