A expressão 'resoluções' constante do documento é usada no sentido de
'deliberações' ou 'propósitos' e não como 'atos ou intento de
resolver', que seria sua definição primeira.
Bom, cabe ressaltar sua importância, por consolidar as demandas
apresentadas durante a audiência pública de 25 de março, a qual teve
repercussão, mesmo que modesta, na mídia nacional.
Mas não abro mão de ser realista, mesmo sob o risco de atrair a ira
de alguns companheiros que possam pensar que o evento em si tenha o
condão de produzir resultados concretos. Não tem!
A audiência foi um passo importante? Claro que sim, até por que foi a
primeira vez que as demandas dos militares foram discutidas
publicamente, à margem dos comandos das três Forças, cuja preocupação,
bem sabemos, está voltada muito mais para os bilionários (e necessários)
investimentos na indústria de Defesa do que para as necessidades
urgentes e inadiáveis da tropa.
Porém - voltando ao leito - se não forem promovidas ações para
pressionar o governo no sentido de atender as demandas, o documento não
passará de uma carta de boas intenções, fadada ao esquecimento.
Seria ingenuidade imaginar um governo 'bonzinho', concedendo
benefícios aos militares apenas por reconhecimento ou gratidão. O que
vale nesse jogo é a pressão política, fruto de uma estratégia bem
articulada entre as entidades, que não podem colocar-se sob a tutela
exclusiva do Senador Paulo Paim, guindado à condição de 'Patrono
Parlamentar da Causa dos Militares'. O Congresso Nacional tem centenas
de parlamentares, muitos dos quais são sensíveis às necessidades da
família militar e podem ser acionados igualmente. Lembrando da minha
Cavalaria, consolidado o objetivo inicial, a hora é do aproveitamento do
êxito, antes que o inimigo se reorganize.
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